domingo, 6 de junho de 2010

Devaneio nocturno.

Escureceu cedo.
Em desespero, desprendeu-se das amarras que a sufocavam. Gestos outrora loucos, passos inaudíveis, silêncios presunçosamento esquecidos, tudo isso ficou para trás num tormento com prazo de acabar. Acordou da outrora letargia dos corpos, do acomodar petulante dos sentidos perdidos... Fez-se vida, deu ritmo aos pés e braços esquecidos na efemeridade de movimentos projectados.
Ridículamente, deixara-se sucumbir ao prazer da tortura do passado, permitira que um mundo de fragilidades sentimentais cobríssem toda a luz da esperança da felicidade. Deixara que o medo a vencesse e, mais ridículamente ainda, convencera-se de que controlava o medo, e não o inverso.

Sem comentários:

Enviar um comentário