quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mouros ~ Sunny Day

Porque a inspiração é uma página em branco, já dizia o poeta.
Não me lembro, de facto, da última vez que me sentei para escrever. Ou que parei para escrever, sequer. Para mim, a escrita surge-me sempre como um impulso, uma necessidade que me assalta a alma sem pedir licença.
Assim sendo, não sei que inspiração é a minha. Sei, com toda a certeza, que é sempre o amor que me leva a escrever. Não há musa maior que o próprio Amor.
Mas nem é sequer sobre isto que quero escrever. Ou melhor, é e não é.
Eu quero escrever sobre ela. Sobre ti, se me leres.
Gosto tanto de ti, e isso é dizer pouco. É começar e acabar por se dizer muito pouco.
É dizer tão pouco. Sempre. E é, ao mesmo tempo e contraditoriamente, dizer a maior das verdades. A verdade das verdades. A verdade, que é só uma e uma se entenda, tão quanto e tão bem:
Gosto muito de ti.
Muito.
E é em esforço que tento passar para palavras aquilo que sinto. Escritos todos os sentimentos são pensados, pensados sobre a melhor maneira de serem ditos.
Não há palavras que cheguem para expressar um sentimento. Mas, no entanto, as palavras dizem muito. Eu sou daquelas pessoas que acredita nas palavras e no seu poder. Eu adoro palavras. Dizem-me tanto, e às vezes tão pouco. E é precisamente por isso que as amo. Eu acredito que as palavras fazem amor.
Les mots font l' amour. 
E, apesar das palavras - para além das palavras - existem gestos, suspiros, respirações. Existem momentos e segundos e horas e minutos.
Existem olhares.
Há olhares que se entendem melhor que as palavras, que falam mais alto do que elas.
Eu gosto muito de ti e vou deixar que os meus olhares e os nossos momentos transmitam tudo o resto de que eu não sou capaz. Nem quero.


7.

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